terça-feira, 22 de setembro de 2009

Entrevista: Guinho, músico de Taboão da Serra


Após um hiato de algumas semanas, do qual eu (Leonardo) me responsabilizo, o Cultureira está de volta, dessa vez com a primeira entrevista do Blog. No dia 12 desse mês de setembro, Slash entrevistou, em um clima informal (como se vê na foto ao lado), o guitarrista Guinho (à esquerda). Segue a entrevista, em que o músico fala de música, e alguns outros temas interessantes sobre sua vida, além de sua opinião sobre o movimento musical na cidade de Taboão da Serra. Atualmente, Guinho está preparando seu projeto solo com músicas próprias.

Cultureira (Slash): Bom gente, estamos aqui com o Guinho, que é músico em Taboão da Serra há mais ou menos 10 anos pelo o que eu conheço. Primeiro, pra começar, Guinho, como se deu sua vontade de ser músico em Taboão da Serra?
Guinho: Bem, pra começar, na verdade, minha família inteira é de músicos, meus tios, meus irmãos e tal. Então, desde criança, é uma coisa que eu sempre gostei e que tava no sangue. A música pra mim foi uma coisa que valeu muito a pena, tipo, gostar da música, saber entender a música. Aí o que aconteceu foi naturalmente. Dentro de casa, família, parentes, irmão... a gente começou a desenvolver o dom de tocar, de gostar de instrumentos, praticar a música... e aí foi surgindo. O tempo foi passando e a gente foi aprimorando, acabou que deu certo. É mais ou menos isso, não tem muitas dúvidas, nem muitos porquês.

C: Guinho, como você, como músico e artista em Taboão da Serra, vê a cena musical que existe na cidade? É uma cena que pode ir para frente, ou simplesmente pode acabar?
G: Então, Slash... pode acabar sim, mas se não tiver pessoas com boa vontade. Que nem eu falei pra você já, esse esquema de boa vontade, de tentar fazer o lance acontecer, só depende de pessoas que tenham isso, uma boa vontade de fazer. Se não tiver isso, não acontece. E é lógico, tem que ter o amor, também, e um carinho todo especial pelo esquema, principalmente pela música. Mas o trabalho que vocês estão fazendo, que estão tentando fazer, com certeza vai pra frente, só depende disso, de pessoas capacitadas e com vontade de fazer o negócio.

C: Essa pergunta é mais pessoal. Eu (Slash) tive num almoço uma vez que rolou um violão e voz, foi muito gostoso... Vi que você tem os seus dotes culinários, você pode explicar isso pra gente?
G: (risos) Então, isso aí já é a mesma coisa, minha mãe é cozinheira, minha tia é cozinheira. Meu tio tinha uma cozinha industrial e eu cresci vendo essas pessoas trabalhando com comida. Então a gente já teve pizzaria, lanchonete. Desde moleque, sempre vi minha mãe, minhas tias fazendo isso e me interessei. E quando eu servi no quartel, acabei entrando lá e trabalhando na cozinha. Foi muito bom pra mim, acabei aprendendo muita coisa. Pra mim, lá foi um aprimoramento do que eu queria fazer, a respeito de comida, de cozinhar, ser um cozinheiro e tudo mais. Realmente aprendi muito lá. É mais ou menos por aí, da família. Tudo vem da família.

C: Pra você que nasceu com o dom para ser artista, como foi servir o exército, que tem regras duríssimas?
G: Na verdade o quartel nada mais é do que uma lição de vida. Não é tudo isso que todo mundo fala: "nossa, é um bicho de sete cabeças". Não é. Lá tem pessoas, tem seres humanos e a gente acaba conhecendo essas pessoas, acaba se enturmando, fazendo amizades. Tanto é que eu tocava lá à noite, tinha meu violão lá e sempre tocava à noite, de madrugada, pra compor e pra escrever, ou pra tocar para as pessoas e tal. Então não tinha nada de mais na verdade. Era até muito bom. Só pessoas, mais nada.

C: Qual é a projeção que você vê, como músico, em Taboão da Serra?
G: Na verdade, minha projeção como músico não é só em Taboão da Serra, lógico. Mas, pra mim, é uma oportunidade pra minha vida, uma coisa que eu sei fazer e, já que deus me deu o dom, eu quero mostrar isso para as pessoas. Então eu quero fazer acontecer não só aqui em Taboão, mas em tudo quanto é lugar que eu puder conhecer e poder mostrar isso, mais pelo amor que eu tenho a música. Acho que você tendo amor, tendo carinho pela música e gostando, sabendo o que tá fazendo, tudo pode acontecer.

C: Guinho, como foi sua experiência com o Sarjeta e com outras bandas que você teve?
G: Vamos começar lá do inicio então, falando de bandas. Velho, eu tinha o sonho de ser músico, tocar e tudo mais. Quando eu montei minha primeira banda, eu tava servindo no quartel, conheci uns caras lá dentro. Os caras eram lá de Americana, Santa Bárbara do Oeste, perto de Campinas. Só sei que a gente se juntou ouvindo Legião Urbana no rádio, aí acabei conhecendo esses caras. E aí, do nada, eu gostava de bateria o outro de baixo, o outro guitarrista, o outro gostava de cantar e a gente acabou comprando os equipamentos. Ninguém sabia porra nenhuma, mas a vontade que gente tinha de fazer e acabou acontecendo. Essa banda durou um certo tempo e tal, agente até tocou muito aí, ficamos uns dois anos tocando, lá em Campinas, naquela região. Daí quando vim pra cá, voltei pra Taboão da Serra, acabei conhecendo o Fábio, que é o vocalista e tal, é o cara que fez o Sarjeta acontecer, sem ele não existiria o Sarjeta. Meu, foi muita loucura. O Sarjeta foi foda, nesse tempo em que eu toquei com eles, do final de 2002 até o final de 2003 a gente aprontou muito, tocou pra caralho e pra mim foi muito bom. Conheci várias pessoas, inclusive você (Slash). Pra mim foi muito bom ter tocado lá, foi ótimo tocar no Sarjeta. Foi uma banda que realmente aconteceu de verdade, fora as loucuras...

C: Qual foi a coisa que mais marcou a sua vida?
G: Tem várias... o nascimento do meu filho... e a respeito de bandas foi ter começado a minha primeira banda, ali eu vi que era aquilo mesmo o que eu queria. Sobre show? Todos eles, todos os shows, sabe, de ver aquela galera agitando e cantando as músicas ali e curtindo o som... aquilo era fora de série, uma emoção que só vai saber quem subir no palco e ver aquilo acontecendo, não tem igual.

C: Só pra encerrar, queria agradecer aqui ao Guinho, pela entrevista ao Cultureira. Guinho, muito obrigado, no que depender da gente estaremos sempre aí pra cobrir os eventos de vocês. Quer falar uma palavrinha final?
G: Quero sim. Quero até agradecer essa entrevista e espero que dê certo esse lance, porque é uma coisa agradável e acho que tem um futuro enorme para as pessoas que tão começando, as bandas que tão começando. Acho que isso dá uma empolgação a mais, então acho que tem que ser levado a sério. E agradecer a todos, todos que eu conheci nesse tempo aí, inclusive você e a galera que tá aqui. O resto, é só alegria. Bola pra frente e a gente tentar progredir, levar a sério o trampo que a gente faz, que é ser músico e ver no que dá, esperar acontecer o melhor. Valeu mesmo.

5 comentários:

  1. esse é o cara, aliás, esses são os caras
    o guinho tocou de 2003 a fevereiro de 2005, um diferença de um ano ai, se contar-mos as histórias niguém acredita kkkkkkkkkkkkk
    força guinho, slash, Léo e a raquel que é minha amiga praticamente desde que ela nasceu neh raquel.... locken rou

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  2. vlw fabião, é isso ae
    e vc tah ligado q é o proximo né? essa enrevista tah demorando, vou ver se agilizo, vlw!

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  3. Porra velho esse cara é do caralho... um puta de um músico, letrista fantástico, tem um filho super fmz é um pai firma também, porra o pouco q o guinho me ensinou foi muito pra mim, e este é um cara por quem eu tenho uma enorme admiração como amigo, irmão como pessoa!!!!

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  4. parabéns, o blog ta dahora, vamos fazer música e cultura de verdade pra combater essa crise de porcarias que tomam a mídia e as grandes casas de show. valeu mesmo cultureira, puta atitude é disso que o taboão precisa, que se espalhe pela face da terra kkkk, tamo aí,um abraço pra essa galera que sempre tá junta a um bom tempo já.
    (morcego)

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  5. muito bacana gostei, devia sempre ter entrevistas comos essas ^^

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