quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Entrevista com a Banda Fusarium





No ínicio do mês de dezembro de 2009, em um quarto repleto de stickers de filmes (Nina, O Iluminado, Sid and Nancy, Edward Mãos de Tesoura, Elephant, Clube da Luta, Charlie Chaplin, Pulp Fiction, Taxi Driver, Bicho de 7 Cabeças, Meninos não choram, Donnie Darko, Jocker, Ken Park, Last Days, etc..), de bandas e músicos como Jimi Hendrix, Jimmy Page, Janis Joplin, Nação Zumbi, Pearl Jam, Iggy Pop, Mudhoney, Nirvana, fotos dos muitos dos clássicos pensadores (como pudemos observar os meninos são regados de excelentes influências) e em meio a uns goles de cerveja, cigarrinhos de hippie, e o bom e velho rock´n´roll , com nada mais nada menos que, o melhor, Hendrix, damos início a entrevista com o Fusarium...

Falaremos um pouco do começo da banda, do futuro, entre outras coisas (como a cena de Taboão da Serra).

Cultureira (Marckinhos): Como surgiu a idéia de montar a banda?
Koe e Pc: Bem, resumindo, nós já nos conhecemos há quase 10 anos (eu, o Pc e Grow desde a adolescência), mas eu e o Mateus (Grow) já tivemos banda juntos. Só que aí as bandas acabaram e cada um foi pra um canto, e acabou rolando um certo desencontro. Quando nos reencontramos resolvemos então nos juntar e fazer um som, até por que todos já haviam passado dos 20, por isso tinha aquela coisa de um pouquinho mais de experiência, uma certa bagagem.
Os caras estavam a fim de tocar, a Aline a fim de montar uma banda “riot” e nós queríamos um som pesado, então chamamos o Grow, que tava numa linha mais industrial, e aí estava quase formada a Fusarium, só que ainda faltava um baixista. A princípio, tentamos um brother nosso que não foi muito bem sucedido. Como já conhecíamos o Pc, que na época tocava em outra banda, na qual ficara por pouco tempo, o convidamos para ver o som. E,le viu, gostou, tirou alguns sons e estamos juntos aí até hoje.

C: Como todos nós sabemos, a Fusarium tinha a frente um vocal feminino. Como foi pra vocês a saída da ex-vocal Aline Knox?
Fusa: Não foi nenhuma surpresa tão grande, pois ela já vinha demonstrando não ter mais interesse com os rumos que a banda estava tomando.

C: Isso mexeu muito com a banda? Como foi o retorno ao estúdio?
Fusa: Mexeu, por que era uma estrutura diferente... eram duas guitarras, mexeu bastante. Ela saiu na época das gravações pra segunda demo.
Foi como começar do zero só que com uma bagagem já, uma experiência, uma vontade. E é aquela coisa: você sai, volta e sempre quer tocar, já está viciado, nós adoramos tocar, viajar e beber de graça. (risos) Não, não, isso queima o filme. (risos)
Estamos vendendo loucura, somos toscos, não músicos. (risos)

C: Quais são as fontes de inspiração nas músicas?
Koe: As inspirações são diversas... desde sentimentos e pensamentos que me passam na mente até algum livro, filme... ou mesmo uma boa garrafa e uma viagem por aí....

C: E agora, Fusarium de cara nova, quais são os planos para o futuro?
F: Fazer show, fazer show, fazer show, fazer show e fazer show! E fazer show de novo!!!
Na verdade gravar e tocar é claro – perdemos muitas músicas antigas por conta da mudança estrutural – têm umas coisas guardadas aí, mas um dia a gente solta. (risos)

C: Qual é a relação da família perante a vocês, a banda e o rock'n'roll?
Pc: Minha família é de boa, adoram, só não seguem junto.
Koe: Ah velho, tenho meu pai que pira, curte, dá uns palpites. O Jow já ajudou a gente pra caralho. Meu pai é tipo um elemento importante na história da banda, assim como Seu Moacir também foi...
Seu Moacir e o Jow representam!!!

C: O que vocês acham do rock'n'roll no Taboão e região? Vocês acham que faltam espaços e apoio no município?
F: Ah, com certeza falta, se bem que tinha o espaço do “Cultura Rock”. Mas também, somos praticamente de São Paulo, até o Grow que mora no Taboão vive mais em sampa do que lá, sobretudo acabamos não sendo tão participativos na região. Nós fomos levados para tocar no Taboão por alguns brothers nossos, como o Fabião (Sarjeta) Amaury (Junkhead). Enfim, já tocamos bastante nessa cidade, foi da hora, como é, só que infelizmente nos últimos tempos não temos colado muito por lá.

C: A banda está na ativa há quanto tempo?
F: Tem mais ou menos uns três anos, ainda está engatinhando.

C: Quais os lugares mais interessantes que vocês já tocaram? Por quê?
F: Embú, Taboão e Guaratinguetá.
O pessoal de São Paulo parece que só gosta do que é mais acessível, diferente dessa galera de quebrada ou do interior. Essa galera é uma coisa mais raiz, um negócio que tá na veia, na mente. Pessoas que dão o valor, que querem passar sua energia junto a bebida, som, barulho, ruídos e nada mais, é tipo um transe.
São essas pessoas que põe a raiva pra fora, a libído acumulada pra fora, essa galerinha estilo augusta é muito modinha. (risos) “Bandana” do “Clash” no pescoço, calça estilo Keith Richards ou Steven Tyler, um camisão ou um terninho. Tipo assim, eles parecem querer se mostrar um pouquinho, fazendo uma carinha meio blasé. A gente tá criticando muita gente, é melhor dar um tempo – na verdade é só um ponto de vista. (risos)
Não tem jeito, no rock existem divisões de classes sociais, como em muitas coisas, e em grande parte da música também, tem uma galera fazendo um som de fácil assimilação, viajando pra fora meio que com um som de plástico, graças ao dinheiro do papai. E isso acaba sendo uma mídia mais acessível, o que não é nosso caso. Mas seria bom se valorizassem a todos, independente de classe social, e sim pelo som.

C: Qual a coisa mais engraçada que a banda já passou na estrada?
F: Têm várias. (risos)
Têm alguns shows que nem é questão de ser engraçado, mas pra gente é hilário, como quando algumas bandas meio toscas sobem no palco, aí ao fim do show, os caras pra lá de bêbados , resolvem tirar as calças e mostrar a bunda. (risos) Tocar com os caras do Ânsia no “Fontes do Reggae” foi insano, tudo estava dando errado... os caras do Monaural se perderam e atrasaram-se pro som, sem contar que os manos do Ânsia estavam muito loucos, esse show foi punk e muito engraçado.
Nós temos uns sons numa influência mais “noise”, à la “Sonic Youth”, e tem vezes que brisamos pacas. Teve um pico que agente tava tocando a última música e era uma brisa dessas, a música era meio cumprida e bem psicodélica, acabou que quase arrumamos uma briga com o dono por isso, pois o véio pensava que estávamos só zoando e não tocando.

C: Quais são as maiores dificuldades da banda?
F: Ah, dinheiro. (risos)
Palheta, ensaio, corda, locomoção, bebida que consome grande parte de nosso dinheiro. (risos)
Talvez seja um defeito ou uma qualidade, acredito mais na qualidade. (risos)

C: Qual o significado do nome Fusarium?
F: Fusarium é um fungo que come a folha de coca e cannabis...

C: Então pra encerrar, quando vocês pretendem voltar? E o que podemos esperar do som para esse ano?
F: Como o ano está acabando vai ser foda.
A intenção era voltar ainda esse ano, mas com as festas de fim de ano não ajudou muito.
Também precisamos trabalhar melhor o som, até por que tá mais pesado, com outra afinação, tá diferente... não diferente... mas mudou, até porque tem vocal novo e maneira diferente de cantar.
Esperamos voltar em fevereiro ou março, pra já fazer show por aí, era essa nossa pretensão antes, mas temos que estruturar a banda primeiro. O som tá mais pesado e mais viagem ao mesmo tempo... letra em português o que, falando por mim, Koe, me satisfaz mais.


Considerações finais

Fusarium:
Achamos que a galera deve se interessar pelo diferente, e não pegar tudo mastigado.

Cultureira: Bem, gostaria de agradecer pela entrevista, fico muito grato pela entrevista, pelo som e pela nossa amizade. Valeu, o Cultureira! agradece a vocês!!!!



Entrevista feita por: Marckinho's From Hell

7 comentários:

  1. esta banda é foda, a galera é foda e eu quero dar uma foda... que foda né!!! FUSARIUM É DO CARALIUM

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  2. valew galera do cultureira, valew marckinhos!

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  3. Quem lê a entrevista pensa que se trata de um Mudhoney ou Lemonheads, mas é só ceninha. Acho que tem que ser mais humilde, tao cheio de rotulos contra o pessoal de sp, se vier pra cá vao tomar um CAPOTE!

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  4. ui, que meda do comentário de cima! rsrs...talvez não tenha ficado claro, mas nos referimos a esse pessoal da augusta, não de são paulo toda, até pq SOMOS DE SÃO PAULO, o único que mora no taboão é o batera...ensaiamos no taboão e a banda surgiu lá, mas vc pode encontrar a gente em qualquer festa na USP ou em algum rolê no centro tbém (pra dar o CAPOTE que vc falou)...

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  5. salve!
    ae, loka entrevista!
    vale a pena postar o myspace (ou blog ou fotolog) do fusarium e de outras bandas daqui da regiao (tipo naftaleno, sarjeta e tanta banda boa que nao lembro de cabeça).
    e vamo acompanhando e subvertendo informacao

    xoxoxox

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  6. ai cunpadi tem neguinho q nem ta ligado no bagulho,ai quem é esse bosta q falou q vai dar capote fala p ele dar o cú!!!vcs são foda,parabens,esses modinha do caralho pega informação desse bosta q eu mando uns malucos da un jeito daq do paraná msm, valeu abrçs

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  7. Adorei a idéia parece mesmo vc falando e tirando sarro. Parabéns, torço por vcs.

    beijos <3

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